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  • segunda-feira, 5 de março de 2007

    PC Magazine de fevereiro analisa e compara distribuições Linux no desktop

    A revista PC Magazine 18, de fevereiro (ainda está nas bancas, mas por pouco tempo) foi uma surpresa agradável: além de trazer uma seqüência de 10 páginas integralmente dedicadas ao Linux e ao código aberto, dedicou ao Linux também a página de destaque ao lado do editorial deste mês. E não são aquelas matérias do tipo "escritório a custo zero" - são análises e comparativos de distribuições desktop que permitem ao público-alvo da revista perceber que muitas das lendas sobre o Linux no desktop já ficaram para trás.

    E como é uma revista de informática em geral voltada para os profissionais da área, tem muito mais conteúdo interessante, sem relação direta com o software livre. Eu gostei das páginas dedicadas à cobertura da CES 2007 (fotos e comentários sobre produtos, além de colunas analisando o significado do evento em si), do posicionamento do Marcelo Barbão sobre o Caso Cicarelli x YouTube, do comparativo de navegadores (o Firefox 2 ganhou a escolha dos editores) e do guia do upgrade 2007 (que vai bem além do lugar-comum típico, e não se limita tentando explicar como se aplica a pasta térmica na CPU).

    A seqüência de análises de distribuições de Linux no desktop merece destaque, por ter sido produzida integralmente na redação brasileira. Acredito que a revista leva vantagem neste campo em relação à concorrência por ter em sua redação o Rafael Rigues, que foi editor da Revista do Linux (nos tempos áureos) e também teve passagem pelos tempos iniciais da Linux Magazine brasileira.

    Minha impressão (e motivo para admirar ainda mais a qualidade do trabalho) é de que a análise foi feita sem tentar "proteger" as distribuições, exigindo delas o que o usuário doméstico se sente no direito de exigir - mas ao mesmo tempo, considerando os aspectos positivos que às vezes escapam das análises em redações nacionais. Ao mesmo tempo, a análise não se fixou nas diferenciações de posicionamento em relação às questões da liberdade de software, analisando cada produto exclusivamente pelas funcionalidades que incorpora.

    Por exemplo, na análise do Fedora Core 6, foi dado ponto positivo à qualidade das ferramentas para desenvolvedores incluídas na distribuição, e pontos negativos ao fato de o navegador freqüentemente fechar em sites com grande quantidade de recursos de animação, e aos recursos de Bluetooth, que embora estivessem presentes e ativados por default, não funcionaram bem.

    Na análise do Mandriva Linux 2007 Powerpack +, a PC Magazine explorou os grandes diferenciais deste produto francês, muitos deles baseados em código fechado, mas bastante visíveis para o usuário final. Os pontos positivos foram a capacidade de rodar jogos feitos para Windows por intermédio do Cedega (que vem incluído na mídia de instalação), a presença do LinDVD (player de DVD com licença oficial para exibir DVDs criptografados) e de outras capacidades multimídia adicionais, e dos drivers para as principais aceleradoras de vídeo do mercado. Como pontos negativos, a análise destacou e detalhou uma série de problemas de usabilidade, como a amplitude dos menus e inconsistências na interação com objetos diversos.

    Tanto ao analisar o SUSE Linux Enterprise Desktop 10 quanto ao fazer o mesmo com o Ubuntu Linux, a análise destacou a usabilidade dos produtos, de forma mais geral. No caso do SUSE, foram apontados como pontos negativos alguns problemas de incompatibilidade de hardware encontrados nos testes, e quanto ao Ubuntu a revista notou a ausência de suporte default a diversas características multimídia, Java e suporte a aceleração 3D NVidia e ATI.

    Além destas análises, o código aberto ainda é o protagonista em uma matéria sobre o Linux no Playstation 3, outra sobre o Linux no Nintendo DS, e uma terceira sobre os celulares com código aberto.

    A PC Magazine 18 tem 84 páginas ao preço de capa de R$ 9,50.

    Saiba mais (pcmag.com.br).